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Ensaios-->Os anos 60 na Alemanha -- 30/11/2001 - 18:04 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
[Antes de iniciar a publicação, em capítulos, de um longo ensaio que serviu como texto de apresentação para a tradução comentada de 'O surrealismo francês' de Peter Bürger, um 'extract', um resumo desse trabalho que, para o bem e para o mal, acabou se transformando na minha tese de doutorado. Sob o título acima, o leitor poderá acompanhar e eventualmente debater comigo o referido ensaio de apresentação.]


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Esta tese dá continuidade a um projeto mais amplo de leitura e tradução do panorama literário alemão dos anos 60, iniciado com a tradução comentada de Teoria da Vanguarda de Peter Bürger (dissertação de mestrado, Unicamp, 1989). Além de trazer ao leitor brasileiro textos teóricos fundamentais para a reflexão sobre arte e literatura, o projeto contempla a tradução de textos ficcionais de autores de uma geração que foi às ruas em 68, promoveu uma reforma da universidade alemã, questionou as estruturas sociais e conheceu o fracasso de sua tentativa libertária. 'Teoria da Vanguarda' e 'O surrealismo francês' nascem desse contexto revolucionário.

Com a redescoberta da tradição crítica da Escola de Frankfurt, Bürger abraça a necessidade de uma nova compreensão do papel social da arte na sociedade burguesa, propondo uma revisão dos pressupostos da disciplina da Teoria Literária, num país que não havia recebido ainda o surrealismo e que, conseqüentemente, estaria impossibilitado de compreender o pós-estruturalismo.

Tendo por base a reflexão que Bürger desenvolve sobre o papel das vanguardas históricas, responsáveis, segundo ele, por uma 'autocrítica da arte na sociedade burguesa', o projeto aponta para sérias lacunas da historiografia literária, incapaz de assimilar vertentes teóricas importantes (Teoria da Vanguarda e Estética da Recepção) e um autor como Peter Handke.

No pós-guerra, a adoção de um modelo único de representação, o realismo francês do século XIX, se afina com o conceito confortável de uma “hora zero”, de um recomeço a partir das ruínas. Parte da geração de 68, com Peter Handke à frente, veio apontar para a inconsistência crítica, para o equívoco dessa opção realista. O quadro é o de um país em dificuldades não só para se haver com o seu passado, mas também com o seu futuro. Handke se opunha à própria esquerda estudantil, que acreditava numa proximidade duvidosa e improvável com o real.

O neo-realismo dos escritores do Grupo 47, até hoje tão laureado pela instituição literária (Prêmio Nobel para Böll em 1972 e para Grass em 1989), questionado por Peter Handke numa das reuniões do grupo em Princeton, acabaria sendo superado pelo clamor das ruas em 68, por uma geração que também queria poder escolher livremente os seus modelos, fazer ouvir a sua voz.

Peter Bürger parte do fracasso das aspirações dessa geração, para ele a repetição de outro fracasso, o dos 'movimentos históricos de vanguarda'. Em 'O surrealismo francês', por um viés anti-historicista, tenta redimensionar a história e o papel do movimento, apontando sobretudo para a atualidade de sua proposta radical de tornar a unir a arte e a vida. É, sobretudo, um livro com análises de obras surrealistas. No convívio com os textos, Bürger defende a necessidade do labor teórico e da pesquisa engajada.

Esta é a tradução da segunda edição comemorativa dos trinta anos da obra, que traz um novo prefácio, três estudos inéditos e o acréscimo de inúmeras notas com os avanços da pesquisa. Em anexo, a tradução de alguns outros textos do autor, dados biográficos e bibliográficos, e um glossário dos termos técnicos principais.
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